Todas as qualidades de ser imperfeito

Domingo chuvoso, cinco e quarenta e cinco da tarde. Eu ouvindo aquela banda folk que relaxa, tomando um café bem quente. Acho que esse clima nos faz obrigatoriamente a pensar de uma forma mais filosófica sobre a nossas respectivas vidas. Independente do pessimismo ou do otimismo é fato: A vida assusta.

Muitos só de pensar no futuro, da reunião 'daquelas' com o chefe quinta que vem, da semana de provas na faculdade, da consulta médica importantíssima já marcada, já tem calafrios. E os presos no passado, no ultimo beijo que não deu, de não ter sido um filho (a) mais presente, de não ter dito que amava aquela pessoa e ter perdido A OPORTUNIDADE. Ah... Esses só sobra aquele choro. E para os dois serve usar as maquiagens fortes que escondem os hematomas da alma (vide ao Emicida).

Sabe aquele amigo de Facebook que todos tem que posta fotos super felizes que te causam uma tremenda inveja? Que parece que o cara é dono de uma empresa de viagens de tantas fotos em lugares diferentes que ele posta por fim de semana? Ou aquele que cada dia posta que está num restaurante mais chique que o do post anterior? Eu sei que você tem um amigo assim. Todos nós temos. Mas uma coisa que quase tenho certeza em afirmar é que ele é tão infeliz quanto você. E isso é bom! Ele enche sua timeline de fotos, tweets e afins apenas pra ver se os outros o aprovam. Não entendeu? Deixa eu te explicar melhor.

Eu acredito que quando você vai para um determinado lugar, um chalé, um festival, uma praia e posta um trilhão de coisas dessa sua viagem ou derivados, é por que você tá achando isso um saco. Ou precisa saber se as pessoas estão (literalmente) curtindo isso. Se for curtido por um número legal, aí sim vale a pena. Aí você estará curtindo também. Você só começa a curtir depois que as pessoas curtirem (aqui no sentido do joinha do Facebook) seu post. Pois você está ali pra que os outros aprovem ou não seu rolê. E isso aplica a vários exemplos. Se meu jantar ficou ruim pois errei no tempero, mas na fotografia ficou ótimo, beleza! Se eu chorei a noite inteira por insegurança ou por achar que não sou aceito, porém consigo logo pela manhã disfarçar isso e conseguir fingir um riso, tranquilo! O que importa é esconder os medos, os erros, os micos, as imperfeições. Nem preciso citar que o lado mais próximo do humano vai pra escanteio, né.

Citei isso pois o maior erro nosso é achar que devemos esconder nossas chagas, nossos tombos, nossos anseios, nossas preocupações. Não! Não tem coisa melhor do que você fazer as coisas simplesmente porque você gosta e que elas te deixam feliz. Não tem nada melhor do que aproveitar o presente, comer aquela pizza mal aquecida no microondas porém se divertindo com sua série favorita.

Ultimamente parei pra pensar que felicidade é isso, é aquele momento único, pequeno. Sabe aquele momento que você pensa consigo mesmo "Puta merda, quero que esse momento nunca acabe!"? Isso é felicidade. É estar tomando aquele café quentinho num domingo chuvoso ouvindo uma banda folk que você conheceu semana passada e que já considera pakas. É conversar sobre a coisa mais banal, sem noção, boba e retardada com alguém mas se divertir verdadeiramente. É estar fazendo realmente o que gosta, com quem você gosta (ou consigo mesmo). E o resto? O resto é história pra linha do tempo alheia.


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